Passadas as horas de votação,
apuração e resultado; agora é o momento de fazer uma análise política do pleito do 1º
turno.
A confirmação do segundo turno
entre os candidatos Adolfo Konder e Neilton Mulim surpreendeu muita gente.
Mas, na verdade, a ida do prefeitável Neilton
Mulim para o segundo turno não chegou a ser uma surpresa. Um grande
número de pessoas já cogitava o nome dele para o segundo pleito, inclusive o
Território Gonçalense já tinha observado, nas últimas semanas, um crescimento
consistente e ascendente do candidato nas ruas.
A surpresa mesmo ficou por conta da
saída da candidata Graça Matos da disputa. Para a maioria dos eleitores, o nome
dela era dado como certo.
A dúvida pairava sobre quem
poderia disputar com ela: Adolfo Konder ou Neilton Mulim.
E acabou justamente os dois
candidatos especulados indo para o segundo turno e a candidata ficando de fora.
A falta de divulgação de pesquisas
durante a campanha impediu que o TG fizesse uma análise do desenvolvimento dos
candidatos. Não tivemos dados oficiais para mensurar a disputa eleitoral.
Porém, baseando-se agora pelo que
observarmos nas ruas, nos programas eleitorais na TV e com o resultado do 1º
turno, apontamos, abaixo, alguns erros e acertos dos candidatos.
Adolfo Konder (PDT) – 1º lugar:
192.727 votos
O Território Gonçalense jamais subestimou o
potencial eleitoral do candidato, afinal, ele tem a máquina administrativa a
seu favor.
Desde o início da campanha, o
blog sempre trabalhou com a ótica do equilíbrio entre os três prefeitáveis:
Graça, Konder e Mulim.
Devido ao pouco conhecimento do
seu nome em meio ao eleitorado gonçalense e a alta rejeição do Governo Panisset, na
cidade, não conseguíamos vê-lo numa efetiva liderança na disputa eleitoral, o
que acabou se confirmando, senão ele teria liquidado a eleição ontem mesmo.
O blog também jamais questionou a
competência do candidato, mas pesam contra ele a falta de uma biografia política
expressiva e o fato de não morar em São Gonçalo.
Já sobre o seu programa eleitoral na TV, o fato negativo foi a
quantidade de informações equivocadas veiculadas: ora
informações ufanistas que contrastavam com a triste realidade gonçalense; ora informações
questionáveis sobre a sua biografia.
Mas o candidato teve um acerto: o seu
desenvolvimento diante das câmeras. O tímido Konder, do início do programa, no final, deu lugar a um Konder mais ousado. Ele absorveu bem algumas lições do marketing político.
Agora, vamos ver como ele irá se
comportar no segundo turno e se o seu programa na TV vai ou não adotar a estratégia da
sinceridade.
Neilton Mulim (PR) – 2º lugar:
116.721 votos
O candidato Neilton Mulim também
se desenvolveu bem diante das câmeras. Começou meio tímido e terminou com uma postura altiva.
Porém, em nenhum momento o candidato foi
agressivo, mas, sim, assertivo, ou seja, conseguiu falar o que queria sem
arrogância, sem ser pretensioso.
Ele conseguiu mostrar a verdade
dos fatos (a triste realidade gonçalense) de uma forma muito própria,
convincente e educada.
O fato de ser um nome conhecido
na cidade, de ter boas propostas, ter se posicionado diante dos eleitores
enfatizando sua biografia política e de ser um candidato 100% gonçalense
chamaram a atenção dos eleitores. Foram as observações desses pontos positivos que
alavancaram a sua campanha nas últimas semanas.
Vamos ver como será agora. Até
aqui, o candidato só acertou, tanto é que foi para o segundo turno.
Graça Matos (PMDB) – 3º lugar:
113.235 votos
A candidata Graça Matos tem uma
biografia política plausível. Está em seu sexto mandato como deputada estadual
e o seu nome jamais esteve envolvido em qualquer escândalo político. A votação expressiva em seu nome confirma a credibilidade que tem junto a milhares de gonçalenses.
Sem dúvida, era uma candidata
muito forte, mas a falta de comunicação e a falta de uma ação imediata na troca
do vice, na opinião do TG, foram as causas responsáveis de sua terceira derrota nas urnas.
Não que ela seja ruim de
comunicação, ao contrário, a deputada sabe se comunicar muito bem com os
eleitores. A questão é que faltou se posicionar diante de certos assuntos
emblemáticos relacionados ao governo de seu marido – mesmo sabendo que quem
concorria a Prefeitura era ela e não o seu esposo Edson Ezequiel teria sido importante se a
prefeitável tivesse colocado certas questões em pratos limpos.
Se ela tivesse trocado também o
seu vice assim que o TRE indeferiu a candidatura do deputado Rafael do Gordo, a
candidata teria evitado o desgaste de sua imagem.
É importante ressaltar que um candidato jamais pode
deixar dúvidas na mente dos eleitores. Numa campanha é necessário dissipá-las imediatamente para
evitar prejuízos eleitorais.
Faltou também a candidata se
posicionar mais claramente diante dos eleitores, acentuar sua diferença em relação ao
candidato da situação, ou seja, enfatizar a sua biografia política, como fez
Neilton Mulim.
Com o tempo que tinha na TV e uma
rica infraestrutura, recursos não faltaram para que a candidata fizesse os
ventos soprarem a seu favor. O que faltou foi intuição para perceber e fazer o que tinha que ser
feito.
Josemar Carvalho (PSOL) – 4º
lugar: 19.510 votos
Apesar de ter ficado a frente da
candidata Alice Tamborindeguy, o candidato do PSOL poderia ter se destacado
muito mais. Os psolistas gonçalenses não conseguiram capitalizar o bom momento
do partido no Rio de Janeiro para conquistar mais espaço e se fortalecer, em São Gonçalo
Espaço para crescer teve, o alto
número de votos brancos e nulos mostra o potencial eleitoral que o PSOL
gonçalense deixou de conquistar.
Faltou ao candidato Josemar Carvalho um discurso mais
oposicionista, emocional e convincente.
Nas redes sociais, o partido
mandou bem. Mas, nas ruas poderia ter avançado muito mais.
Alice Tamborindeguy (PP) – 5º
lugar: 15.494 votos
A candidata Alice Tamborindeguy
conseguiu chamar a atenção com suas ações de marketing (os termos de compromisso em
cartório), com algumas caminhadas ao lado da irmã-celebridade e com um programa
de TV bem dinâmico, porém o número de votos foi decepcionante.
Ela não conseguiu convencer os
eleitores que era uma candidata pra valer à Prefeitura de São Gonçalo.
Na verdade, Alice veio como candidata
para revitalizar a sua imagem para uma possível candidatura como deputada
estadual, em 2014.
Dayse Oliveira (PSTU) – 6º lugar:
2.576 votos
Uma candidata muito simpática,
inteligente e envolvida na defesa das minorias, mas o discurso de extrema-esquerda
do seu partido não tem influência numa sociedade altamente capitalista.
Mauro Sérgio (PHS) – 7º lugar:
2.494 votos
Um nome desconhecido em São Gonçalo, mas que
teve seus 15 minutos de fama com uma atuação dinâmica no Debate da OAB.
Parabéns ao território gonçalense!
ResponderExcluirBoa matéria e o conteúdo direcionado...
Respeitando todos os prefeitáveis só tenho uma coisa a acrescentar, pois sei que também temos que ser comedidos nas palavras.
As pesquisas são importântíssimas e os noticiários também. Mas sem rodeios, Errar é humano! Mais errar duas vezes é burrice! É construir um castelo na areia da praia, vem a onda da realidade e as destroem. Em resumo: "the house fell"
Como sou uma pessoa que acredito no bem e no mal, fica a dica! quem planta vento colhe tempestade! e a hora esta chegando.
Neilton é premeditado, os demais afoitos e alguns ainda tem que ter a malícia. Acreditando em renovação! vamos mudar isso que esta ai! acorda São Gonçalo!
Obs: O foco é direto na prefeitura, mas todos esquecem que a Câmara Municipal é do povo! E que por sua vez tem obrigação de prestar contas com a população! Acorda Srs. vereadores isso vai mudar.
parabéns ao território gonçalense...
Fica aqui a minha visão em relação a alguns candidatos:
ResponderExcluirKonder, nada tenho contra candidatos de fora do município, o que vale é a experiência e a capacidade de gestão. Entre um de fora com conhecimento de administração e um do município sem conhecimento, voto no de fora.
O problema que ele não foi autêntico, não foi o Konder, mas sim Panisset. Esta nada fez pelo município, pelo cidadão desta cidade. O que recebemos foi por interesse, vindo dos governos Federal e Estadual e isso graça aos 660 mil eleitores e o COMPERJ. Esperamos que ele se liberte dos Panisset e seja autêntico. Principalmente informando o que pretende fazer com o orçamento de quase 900 milhões, já que há uma incógnita com a receita do município.
Neilton: Este é um conhecedor dos problemas da cidade,tem base em área carente, foi vereador, ocupou cargo na administração municipal. Eleito deputado federal, politicamente tem bagagem. Conhece a atuação dos vereadores e acredito que tenha bom relacionamento com a Câmara. Esperamos que demonstre no segundo turno capacidade de administração, realização e visão de gestão pública.
Graça: Infelizmente não teve sorte na escolha do Vice. Na minha visão vice não dá voto, mas tira. Acredito que sofreu de "boicote" no PMDB, já que, informações não confirmadas, o Sérgio Cabral não queria o PMDB com candidato próprio, queria apoiar o candidato da Panisset, que não fosse o Konder. A Barra foi forçada pelo grupo do Picciani. Sofreu sua terceira derrota numa disputa fácil para ela.
Josemar: Sem verba, sem espaço na mídia e militância pequena até que se superou e muito bem. Um bom nome para São Gonçalo.
Alice: Falta o carísma, falta saber estruturar uma equipe. Ela precisa ter confiança nas pessoas. Precisa dar liberdade para desenvolvimento político grupo. É uma pessoa com muita disposição, uma pessoa que adora política, mas peca por se afastar da base, peca por não deixar um grupo trabalhando pelo nome dela.
Muito boa essa análise, sem partidarismo e direta ao ponto. Parabéns, Vagner Rosa!
ResponderExcluirGostei da análise também, Vagner, mas só discordo um pouco sobre a análise do Josemar. Eu já acho que ele se posicionou demasiadamente na oposição. Por mais que tivesse exposto os absurdos da atual gestão, ele não conseguiu reverter isso a seu favor. A imagem dele me pareceu como a de um cidadão revoltado com a prefeitura, e não a de um político postulando um cargo.
ResponderExcluirAcho que ele poderia ter aproveitado melhor o tempo dele com um plano de governo mais inovador, mais visionário.
Mas, como você disse, ele tem espaço para crescer na cidade. E se ele quer realmente ser prefeito, talvez fosse interessante começar a pensar a partir de agora como futuro candidato e começar a ganhar a simpatia do povo ao longo dos próximos 4 anos. Tentar um cargo como deputado estadual ou federal, com lutas mais sólidas, talvez fosse interessante.
Sem dúvida, ele tem muito espaço para crescer. O número expressivo de votos brancos e nulos mostrou isso. Por isso, lamentei o fato de ele não ter conquistado o voto dos desesperançados.
ExcluirQuando digo que ele deveria ter sido mais oposicionista é ter explorado mais determinados assuntos, entretanto, sei que a falta de recursos financeiros cria dificuldades para a realização de certas ações.
Mas, mesmo com poucos recursos, ele se destacou. Faltou foi uma organização (roteiro) melhor dos temas e ter trazido para São Gonçalo um pouco da atmosfera política do PSOL carioca.
Quanto a sua “postura raivosa”, não acho que o candidato tenha posicionado essa imagem na mente dos eleitores, não. Ele apenas se posicionou de maneira incisiva diante de certos temas, em determinados eventos (nos debates da OAB e da PIB), e foi ai que ele se destacou. Chamou a atenção para si. Afinal, ele era um candidato da oposição e, principalmente, do PSOL.
O Josemar é um político inteligente, tem carisma e um bom discurso, só está faltando o tom certo para conquistar a massa. Mas ele chega lá. Tem potencial para isso.
Acredito que ele tenha tirado algumas lições dessas eleições, pois cada pleito é um novo aprendizado.
Valeu, Eduardo! Grande abraço!
AGORA NÃO TEM PARA NINGUÉM, CHEGOU A VEZ DE NEILTON MULIM GOVERNAR A CIDADE. ELE É O MELHOR NOME PARA A PREFEITURA. É UM POLÍTICO EXPERIENTE E DA TERRINHA.
ResponderExcluirWagner, sua análise foi perfeita. Você tem uma interpretação muito própria e interessante dos fatos políticos da cidade. Parabéns por estar fazendo um jornalismo de qualidade em São Gonçalo. Se dependêssemos apenas do jornal da cidade tão teríamos informações tão ricas como essas passadas por você. O seu blog é uma referência de inteligência na cidade. Os gonçalenses só têm a lhe agradecer. Obrigado, Wagner! Grande abraço! José Luiz Salgado
ResponderExcluirValeu, José Luiz!
ExcluirApesar de alguns "críticos" acharem que as matérias do TG são tendenciosas, o blog relata apenas a verdade dos fatos.
Obrigado pelo reconhecimento do nosso trabalho!
Abraço!
Vagner Rosa
Eu também esperava mais do professor Josemar. Adversários ruins e uma prefeita muito mal avaliada pela população, o caminho estava livre para ele brilhar. Ele perdeu uma ótima oportunidade de crescer. 19 mil votos para uma cidade com mais de 600 mil eleitores foi muito pouco. O argumento de que ele não teve tempo suficiente na tv e dinheiro, não justifica. O Freixo também do psol teve 1 minuto e uma campanha sem dinheiro e o cara arrebentou no Rio. Em Niterói o psol também foi muito bem, só em São Gonçalo é que foi mal, não conseguiu eleger nenhum um vereador. Desculpe galera do psol de São Gonça, mas o resultado de vocês foi traumático aqui.
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